FOTOGRAFIA - NEGATIVOS DE VIDRO | Centro de Memória e Informação Pessoal Yuri Victorino
Os negativos que permitiriam a reprodução da imagem surgiram tão logo se anunciava na França a descoberta do daguerreótipo. Foi a partir das experiências de Talbot que, em 1840, surgiu o calótipo ou talbótipo, cuja imagem positiva sobre papel provinha de um negativo também em papel.
Talbot chegou à imagem negativa a partir de seus experimentos, aos quais denominou “desenhos fotogênicos”. A partir da sensibilização de um papel com cloreto de prata, dispôs sobre esse papel objetos planos e os expôs à luz solar. Após algumas horas, o contorno desses objetos estava delineado no papel. Essa imagem nada mais era que um negativo, cujo positivo poderia ser obtido com a utilização de outro papel sensibilizado, disposto em contato direto com o negativo e exposto ao sol. A imagem resultante era inversa à primeira.
Ao mesmo tempo em que essa descoberta possibilitou a multiplicação da imagem, sua fragilidade a tornava efêmera. No calótipo, a imagem encontra-se no próprio suporte e, à medida que esse se degrada, ocorre o mesmo com a imagem.
Esses materiais, encontrados atualmente em museus, arquivos, bibliotecas e centros de documentação, apresentam uma imagem bastante esmaecida. Há, todavia, muitas imagens em papel salgado que são equivocadamente consideradas calótipos, mas que podem ter tido sua procedência a partir de um negativo de vidro e não em papel.
Os negativos em papel foram logo substituídos por um suporte mais rígido e transparente (vidro), e uma substância aquosa (colódio), sobre a qual era despejado o cloreto de prata.
O colódio é uma mistura de nitrato de celulose, éter e álcool, cujo uso foi anunciado na revista inglesa The Chemist por Frederick Scott Archer (1813-1857) em março de 1851.
Para a prática da conservação fotográfica, o uso do colódio significou um avanço, uma vez que a imagem negativa já não se encontrava impregnada no suporte de papel, e sim sobre a película fina e transparente formada pelo colódio. Mas havia um fator de inconveniência no uso desse produto, o de ser utilizável apenas enquanto estivesse úmido.
A prata só seria atingida pela luz, bem como pelos reveladores, enquanto os poros do colódio estivessem abertos, o que ocorria apenas enquanto estivesse úmido. Portanto, tanto a tomada da imagem quanto a revelação deveriam ser realizadas em seqüência e com certa rapidez.
O uso do negativo de vidro em colódio úmido e positivo em papel albuminado foi a dobradinha que predominou nas décadas de 50, 60, 70 e 80, nos formatos carte de visit e carte cabinet, até surgir a gelatina em 1871, descoberta por Richard Leach Maddox (1816-1902). Com a gelatina, surgiu o conceito de emulsão, ou seja, os sais de prata ficavam agora dispersos nessa substância, e essa descoberta levou ao desenvolvimento da indústria de papéis fotográficos, buscando sempre torná-los mais resistentes e atraentes ao cliente.
6 NEGATIVOS SENDO 5 RETRATOS DE CRIANÇAS EM JANELAS E PORTAS DE UMA CASA E UMA PAISAGEM DE UM GRUPO DE HOMENS EM UMA PINGUELA ONDE UM DELES ATRAVESSA SOBRE UM TRONCO DE ÁRVORE CAIDO.
6 NEGATIVOS EM VIDRO - 09 X 12 cm
LOCALIZAÇÃO: AP - 1 - B - AIS0264


